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A Usenet morreu?

"Usenet?" Pois é... no Brasil, parece ser muito pouco conhecida essa fantástica ferramenta de troca de informações. Vamos conhecê-la um pouco melhor. Em 1979, dois estudantes da Duke University, Tom Truscott e Jim Ellis, tiveram a brilhante idéia de interligar alguns micros, para trocar informações usando

18 anos atrás

"Usenet?"

Pois é... no Brasil, parece ser muito pouco conhecida essa fantástica ferramenta de troca de informações. Vamos conhecê-la um pouco melhor.

Em 1979, dois estudantes da Duke University, Tom Truscott e Jim Ellis, tiveram a brilhante idéia de interligar alguns micros, para trocar informações usando um protocolo chamado UUCP. O que eles fizeram, não era o que chamamos hoje de 'email'. Parecia mais o fórum aqui do Meio Bit, numa versão "texto puro". E assim, ligando mais e mais micros a essa rede, surgiu a Usenet: milhares de servidores espalhados pelo mundo, que "replicam" as mensagens postadas pelos usuários, sem que haja uma estrutura centralizada.

Hoje, praticamente todo o tráfego da Usenet passa sobre os protocolos TCP/IP da internet. Ficou meio obtusa a fronteira entre as duas.

Na nomenclatura oficial da rede, as mensagens dos usuários são chamadas "news" ou "artigos" e são enviadas a "newsgroups" ou, simplesmente, "grupos". Todos os grupos são organizados de forma hierárquica, como por exemplo: comp.sys.msx , que é o grupo de artigos sobre computadores msx ( computers.system.msx ). Para discutir profecias bíblicas, há o alt.bible.prophecy ( "alt", de alternative ). Os servidores não têm obrigação de replicar todos os grupos. Afinal, é um tráfego enorme. Portanto, é preciso saber se o servidor onde se vai conectar, replica seus grupos de interesse. Há servidores pagos e gratuitos. Há aqueles que permitem que o usuário escreva artigos e os que permitem apenas sua leitura. Há os que limitam o tamanho dos artigos e aqueles que liberam tudo. Há de tudo. Mas espere! Por que existiriam servidores permitindo apenas leitura? Deve ser frustrante ler um artigo e não poder participar da conversa, não é? Bem, isso é verdade. Mas acompanhar alguns artigos, mesmo sem poder postar, vale muito a pena. Eu acompanho, por exemplo, alguns grupos sobre algorítmos para DSP ( processamento digital de sinais )... aprendo muito, só lendo, sem participar. Mas há um outro tipo de grupo, também muito interessante de se acompanhar, que não necessita de "posts". São os grupos binários.

Os grupos sob a hierarquia .bin, geralmente contêm fotos, programas, músicas e coisas assim. Não preciso dizer que a pirataria e a pornografia rolam soltas na rede. A desvantagem, para todos aqueles que estão com os olhos brilhando agora, é que esses grupos só costumam estar acessíveis em servidores pagos, devido ao imenso tráfego gerado.

Mas espere! Não há nada nessa Usenet que não esteja disponível na internet, certo? Errado! Como a Usenet é menos usada que a internet ( a distinção aqui fica por conta dos protocolos mais usados: NNTP na Usenet e HTTP e FTP, na internet ), os grupos de discussão costumam ter um nível bem mais alto que os dos fóruns "normais". Além disso, o alcance da Usenet vai muito além dos fóruns da internet.

Na verdade, em 2001 o Google comprou uma empresa que tinha praticamente todos os artigos da Usenet, desde 1981! Imaginem a quantidade informação! Existe até uma página com os artigos históricos da rede. E hoje, o "Google Groups" dá acesso, via web, aos grupos que têm apenas texto. Infelizmente, essa solução não é a melhor. Pelo menos, pra quem já usou a interface de texto.

Mas se essa rede tem tantas vantagens, por que estaria morrendo? Infelizmente, a quantidade de spam em determinados grupos é assustadora. Os servidores gratuitos não costumam aplicar filtros e grande parte das mensagens é puro lixo. Isso tem afastado muitas pessoas da rede.

Mas é preciso experimentar para sentir todo o poder da Usenet... portanto, na segunda parte deste artigo, vamos configurar nosso "leitor de news" e tirar a conclusão sobre a melhor forma de acessar essa rede: se através do Google Groups ou pelo Firefox, Outlook Express, Agent News Reader e companhia.

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